Livremente baseado na obra de Antoine de Saint-Exupéry e no comentário de uma amiga
__________________
Eu sou o pequeno príncipe do qual foi tirada a rosa. Eu sou aquele do qual o planeta se faz em pó. Eu sou da terra onde o carneiro virou lã. Eu sou aquele que te ensinou a aprender a admirar uma flor, um sol, um, dois, três, cinco, seis.
Sentir-me vazio? Nada. Vale a pena.
Nos campos limpos desse céu, olho e vejo mais planetas do que quero. Vejo mais lugares pra ir. Lugares tão bons, cheios de coisas tão boas. Every little thing to check.
E eu sonho. Acho que posso alcançá-los. Se posso querê-los...
Tenho ouvido muitas estórias mal contadas de que um dia seria visitado. De que um dia alguém se importaria. Estórias. Escórias.
Estou prestes a beber meu último gole de água. Perto do poço.
Mas, volto pra mim. Volto pro mundo. O meu, o meu é tão pequeno. Sair dele requer quase nenhum esforço. Só é preciso uma coisa: uma chamada. Telefônica, telepática.
Quando ela aparecer eu sairei do meu planeta. Mas se não... verei a serpente.
Abro a porta de casa. Sem rosa, sem baboás que crescem muito. Sem vocês. Vocês nos outros planetas. E eu aqui, no encontro da serpente. Eu não vou gritar. Não vou chorar. Eu sou o pequeno príncipe pré-consumação.
Olhando pro céu, verão estrelas. Eu estarei lá.
Enquanto isso, olho pra vocês e digo: Ainda resta uma vida!
Le petit prince
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Postado por Mota às 19:06 5 comentários
Marcadores: le petit prince, o pequeno príncipe, the little prince
Voltas em torno da Lua
sexta-feira, 2 de maio de 2008
_____________________
Andei por lá, quando estive doente de você. Quando você rejeitou o meu orvalho. Quando um corpo se perdeu. Aí, voltei a dar voltas.
A menina anotava no caderno, quando, de repente, chegou seu irmão.
Como um grande olho galináceo que tudo pode e tudo vê, ele se aproximou e pediu para ver as anotações.
“Não podes. É meu. E só meu.”
Ele chegou mais perto da cama dela e resolveu sentar-se para observar a situação com um pouco mais de calma.
“Sinto que há algo estranho nessa estória. O que você anda fazendo escondido é permitido ou proibido?”
Ela entreolhou-se.
“Responda!”, ele esbravejou.
“Permitido ou proibido? Por que se for proibido você terá um severo castigo como forma de compensar seu deslize. E se for permitido, também. Por ter voado fora da órbita sozinha.”
Ela não entendia muito bem aqueles poréns, mas resolveu arriscar:
“Era permitido! Eu visitei a Terra, dia desses.”
Ele não se conteve e começou a gritar nomes estranhos, como se uma onça sorrisse furiosamente naquele lugar. Ela não podia ter feito isso. Não, não ela. Ela era fraca demais. Se arriscou.
Ele explica a ela: “Escute, e guarde para si. Sair daqui, do normal, é perigoso. Os humanos são seres imperdoáveis. Des-humanos. Nunca te aceitariam de coração aberto. Aliás, quando estive por lá, me encantei pelo local, pelas pessoas. Mas, a primeira tentativa de aproximação foi repreensível. Doeu. Nunca terás o direito de escolher. Eles sempre escolhem te fazer sofrer.”
Ela arrisca, mais uma vez: “Mas se eu quiser ser feliz com eles?”
Ele diz: “Entendo que tens a força de crer ainda. E eu desejo muito mais que isso. Mas, humanos são perigosos. A eles não é facultável o viver. Eles residem corpos. Com eles, você não é sua consciência, e, sim as outras. Se quiser ser feliz ao menos um minuto e não sofrer com os outros, dê voltas em torno da Lua.”
A menina anotava no caderno, quando, de repente, chegou seu irmão.
Como um grande olho galináceo que tudo pode e tudo vê, ele se aproximou e pediu para ver as anotações.
“Não podes. É meu. E só meu.”
Ele chegou mais perto da cama dela e resolveu sentar-se para observar a situação com um pouco mais de calma.
“Sinto que há algo estranho nessa estória. O que você anda fazendo escondido é permitido ou proibido?”
Ela entreolhou-se.
“Responda!”, ele esbravejou.
“Permitido ou proibido? Por que se for proibido você terá um severo castigo como forma de compensar seu deslize. E se for permitido, também. Por ter voado fora da órbita sozinha.”
Ela não entendia muito bem aqueles poréns, mas resolveu arriscar:
“Era permitido! Eu visitei a Terra, dia desses.”
Ele não se conteve e começou a gritar nomes estranhos, como se uma onça sorrisse furiosamente naquele lugar. Ela não podia ter feito isso. Não, não ela. Ela era fraca demais. Se arriscou.
Ele explica a ela: “Escute, e guarde para si. Sair daqui, do normal, é perigoso. Os humanos são seres imperdoáveis. Des-humanos. Nunca te aceitariam de coração aberto. Aliás, quando estive por lá, me encantei pelo local, pelas pessoas. Mas, a primeira tentativa de aproximação foi repreensível. Doeu. Nunca terás o direito de escolher. Eles sempre escolhem te fazer sofrer.”
Ela arrisca, mais uma vez: “Mas se eu quiser ser feliz com eles?”
Ele diz: “Entendo que tens a força de crer ainda. E eu desejo muito mais que isso. Mas, humanos são perigosos. A eles não é facultável o viver. Eles residem corpos. Com eles, você não é sua consciência, e, sim as outras. Se quiser ser feliz ao menos um minuto e não sofrer com os outros, dê voltas em torno da Lua.”
Postado por Mota às 18:13 6 comentários
Marcadores: consciência. humanos, Lua