_____________________
Andei por lá, quando estive doente de você. Quando você rejeitou o meu orvalho. Quando um corpo se perdeu. Aí, voltei a dar voltas.
A menina anotava no caderno, quando, de repente, chegou seu irmão.
Como um grande olho galináceo que tudo pode e tudo vê, ele se aproximou e pediu para ver as anotações.
“Não podes. É meu. E só meu.”
Ele chegou mais perto da cama dela e resolveu sentar-se para observar a situação com um pouco mais de calma.
“Sinto que há algo estranho nessa estória. O que você anda fazendo escondido é permitido ou proibido?”
Ela entreolhou-se.
“Responda!”, ele esbravejou.
“Permitido ou proibido? Por que se for proibido você terá um severo castigo como forma de compensar seu deslize. E se for permitido, também. Por ter voado fora da órbita sozinha.”
Ela não entendia muito bem aqueles poréns, mas resolveu arriscar:
“Era permitido! Eu visitei a Terra, dia desses.”
Ele não se conteve e começou a gritar nomes estranhos, como se uma onça sorrisse furiosamente naquele lugar. Ela não podia ter feito isso. Não, não ela. Ela era fraca demais. Se arriscou.
Ele explica a ela: “Escute, e guarde para si. Sair daqui, do normal, é perigoso. Os humanos são seres imperdoáveis. Des-humanos. Nunca te aceitariam de coração aberto. Aliás, quando estive por lá, me encantei pelo local, pelas pessoas. Mas, a primeira tentativa de aproximação foi repreensível. Doeu. Nunca terás o direito de escolher. Eles sempre escolhem te fazer sofrer.”
Ela arrisca, mais uma vez: “Mas se eu quiser ser feliz com eles?”
Ele diz: “Entendo que tens a força de crer ainda. E eu desejo muito mais que isso. Mas, humanos são perigosos. A eles não é facultável o viver. Eles residem corpos. Com eles, você não é sua consciência, e, sim as outras. Se quiser ser feliz ao menos um minuto e não sofrer com os outros, dê voltas em torno da Lua.”
A menina anotava no caderno, quando, de repente, chegou seu irmão.
Como um grande olho galináceo que tudo pode e tudo vê, ele se aproximou e pediu para ver as anotações.
“Não podes. É meu. E só meu.”
Ele chegou mais perto da cama dela e resolveu sentar-se para observar a situação com um pouco mais de calma.
“Sinto que há algo estranho nessa estória. O que você anda fazendo escondido é permitido ou proibido?”
Ela entreolhou-se.
“Responda!”, ele esbravejou.
“Permitido ou proibido? Por que se for proibido você terá um severo castigo como forma de compensar seu deslize. E se for permitido, também. Por ter voado fora da órbita sozinha.”
Ela não entendia muito bem aqueles poréns, mas resolveu arriscar:
“Era permitido! Eu visitei a Terra, dia desses.”
Ele não se conteve e começou a gritar nomes estranhos, como se uma onça sorrisse furiosamente naquele lugar. Ela não podia ter feito isso. Não, não ela. Ela era fraca demais. Se arriscou.
Ele explica a ela: “Escute, e guarde para si. Sair daqui, do normal, é perigoso. Os humanos são seres imperdoáveis. Des-humanos. Nunca te aceitariam de coração aberto. Aliás, quando estive por lá, me encantei pelo local, pelas pessoas. Mas, a primeira tentativa de aproximação foi repreensível. Doeu. Nunca terás o direito de escolher. Eles sempre escolhem te fazer sofrer.”
Ela arrisca, mais uma vez: “Mas se eu quiser ser feliz com eles?”
Ele diz: “Entendo que tens a força de crer ainda. E eu desejo muito mais que isso. Mas, humanos são perigosos. A eles não é facultável o viver. Eles residem corpos. Com eles, você não é sua consciência, e, sim as outras. Se quiser ser feliz ao menos um minuto e não sofrer com os outros, dê voltas em torno da Lua.”
6 comentários:
"A vida? Um amontoado de prazeres e sofrimentos inúteis"
...... Pai de Zelig - Woody Allen
Mas prefiro isso aqui, nada de ficar vagando em volta da Lua....
há braços e sorte
Digo says: "turning into my conscience"
You... always so misterious with the words... but you know what? That is what attracts attention. Never stop writing, keep doing it!
Have a good nigth! Take care.
God Bless You!
kisses, Thay
PS - como disse fábio acima... prefiro isso aqui, nada de ficar vagando! rs
O delírio é a forma mais atraente de realidade. A realidade que nos é apresentada só será realmente real se eu delirar e confirmar sua existência.
Sou o selenita que já veio à Terra e sempre ri do universo que os terraqueos criaram pra se viver.
wonderful travels around of imagination that they imaginated to us
Congratulations
Abraços, Marcos Vilela
Digo, que legal o texto aqui
virei mais vezes te ler
abraço fiote
"A eles não é facultável o viver. Eles residem corpos. Com eles, você não é sua consciência, e, sim as outras."
Em sociologia estudei alguns conceitos de Durkheim que falava sobre a 'Sociedade Simples', a consciência coletiva é maior que a individual... mesmo estando em uma 'Sociedade Complexa' acredito que desde que nascemos foi-nos dado um papel... e, assim como o crime, renegá-lo fere com a consciência coletiva... bem... prefiro tentar romper com ela o tempo todo... e continuar acreditando que é possível... reivintar novos papéis... para quem nasce ou é nascido.
comentário bobinho... e sem nexo, talvez... mas alguma coisa no seu texto fez me lembrar disso...
Postar um comentário